terça-feira, 29 de setembro de 2009
Consciência do momento presente
quando o sol pela manhã te desperta dos sonhos e te entra pelos olhos adentro...
quando o dia nasce cinzento, te entristece e te sentes desamparada...
quando o vento te despenteia, o calor te sufoca e o frio te gela os sentidos...
quando cheiras flores, vês borboletas, ou até mesmo quando fechas os olhos e nada vês...
se te faço falta...
e se as certezas de hoje, são as lembranças do passado...
domingo, 27 de setembro de 2009
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
A carta
Esta é uma carta de amor, e como todas as cartas de amor, ridícula.
Esta carta de amor é um excesso, como todas as cartas de amor. Não amo a ideia de te amar, mas a ideia de me perder no meu amor por ti. E mesmo amar-te é um excesso, é como uma dor difusa, tu sabes como é, um incómodo ainda não localizado, que progressivamente se vai definindo, até que fica insuportavelmente nítida.
A minha dor é que eu comecei a amar-te sem o saber. Eu não sabia, mas o tempo ajudou-me a definir essa pequena dor, tão secretamente pavorosa. Cada vez que me apareces, com a promessa reconfortante de te ver e falar, é como se a minha vida se virasse do avesso. E é verdade, é cada vez mais verdade, que, quando penso nas coisas que ainda me falta fazer na vida, é em ti que penso.
Eu penso em ti, ainda mais do que te digo, e tu estás em tudo, mesmo quando não te penso. Como um horizonte sem nome, que constantemente se desenha na minha imaginação.
Esta carta é uma acto de puro egoísmo, que eu talvez não tivesse o direito de escrever. É-te incómoda, e isso bastaria para que eu me abstivesse de ta enviar, dentro de um envelope colorido como os teus modelitos. E as cores todas ficam em ti como tu ficas no mundo: linda.
Esta carta de amor, como acto de puro egoísmo, é como se não tivesse destinatário. No entanto preciso de enviá-la, para que seja uma carta de amor. E para que possas conservá-la como carta de amor, sem o embaraço de saberes que ela te foi escrita por alguém que não amas, não a assino. Dou-te tudo, até a hipótese de esta carta não ter sido escrita por mim
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
I've nothing much to offer
There's nothing much to take
I'm an absolute beginner
And I'm absolutely sane
As long as we're together
The rest can go to hell
I absolutely love you
But we're absolute beginners
With eyes completely open
But nervous all the same
If our love songCould fly over mountains
Could laugh at the oceanJust like the films
There's no reasonTo feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true
Nothing much could happen
Nothing we can't shake
Oh we're absolute beginners
With nothing much at stake
As long as you're still smiling
There's nothing more I need
I absolutely love you
But we're absolute beginners
But if my love is your love
We're certain to succeed
If our love songCould fly over mountains
Sail over heartachesJust like the films
There's no reasonTo feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Não sei se consigo fazer isto
Quase sem tempo para respirar, o pequeno Nuno arrasta-me pelo braço até à mesa onde depois de acalmar um pouco me atinge em cheio com uma pergunta que me abala profundamente - Não vieste na semana passada nem na outra. Porquê é que não vens mais vezes?
A agitação é constante. Gritos, correrias, picanços. Lá conseguimos acalmar os ânimos e o filme do homem-aranha é projectado na pequena televisão. A acalmia é curta. Nem o super heroi consegue acalmar a excitação constante destas crianças. A monitora desiste de pedir silêncio. Os ânimos acerram-se entre os que querem ver e os que não querem deixar ver. Miguel à socapa mexe num botão e perde-se a imagem. A confusão instala-se na pequena sala. O monitor como castigo desliga a TV e saca o DVD - portam-se mal, não há mais filmes! Nuno levanta-se num movimento brusco que faz cair a cadeira e sai porta fora. Outros miudos seguem-lhe o gesto. Poucos minutos passaram para que se ouvissem gritos e insultos. Nuno e Miguel estão engalfinhados a agredirem-se mutuamente. Eu e um dos monitores separamos os dois com dificuldade. Seguro o Nuno que se debate com uma violência e agressividade que me assustam para uma criança de 8/9 anos. Tem sangue no nariz. Miguel que agredira Nuno, ao ver o outro com sangue diz que este o insultou, acusando-se a si próprio. Tenho dificuldade em segurar Nuno. Debate-se com uma raiva e um ódio maior do que ele. Finalmente chega a psicóloga, que o tenta acalmar. Faz-lhe festas no rosto e tenta acalma-lo. Em vão. Nuno não fala. Guincha e esperneia com uma raiva impressionante. A dra agarra-o contra ele e abraça-o com força. Finalmente, Nuno ao sentir o calor do abraço e o carinho que raramente teve na sua curta existencia, para de lutar, abraça a dra e cede ás lágrimas. Chora convulsivamente. E lembro-me da sua pequena pergunta - porquê é quê não vens mais vezes?
Um dia normal na associação de crianças em risco, Uma Porta Amiga.
domingo, 6 de janeiro de 2008
E não sei que mais. Não me recordo. Creio que continuei a caminhar.
sábado, 5 de janeiro de 2008
Sai uma sardinha menu 3
Não tarda estão a por radares de velocidade a cada 5km. Camaras de vigilância em cada esquina.
E não se admirem se vos forem bater á porta, a meio da noite, para verificarem se praticam sexo seguro! Isto tudo em prol da segurança.
O que me assusta é ver que o mundo ocidental está cada vez mais parecido com uma cadeia de macdonald's, onde tudo é higiénizado e standardizado...
E já repararam no efeito das tecnologias de que tanto gostamos, como os telémoveis e afins, na sociedade? É só impressão minha ou a telecom vai despedir umas centenas de trabalhadores por estes estarem obsoletos em relação ás novas tecnologias? E os operadores de caixa substituidos por leitores de códigos de barras?
Quando era criança ficava radiante com as notícias de aparecimento de robôs que faziam o trabalho de um operário. Sabem porquê? porque na minha doce ingénuidade de menino, pensava que o meu pai já podia vir para casa brincar comigo e a máquina fazia o trabalho por ele...
Será que vamos continuar ingénuos? E sabem porque é que não nos preocupamos? Porque ainda temos um terceiro mundo, com recursos naturais e mão-de-obra barata.
Não se preocupem...com a chegada da primavera fico mais optimista...
a foto é para colorir o texto apesar da ameaça de chuva...
Bom Fim-de-Semana!
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Diz que é uma espécie de algarvio
Lamento cara c.f., se não a convidei para jantar, mas primeiro conheço as pessoas e começo com um café, e se entretanto houver jantar e a situação se proporcionar, quem sabe uma noite afrodisíca....
Talvez se ocupasse mais o seu tempo, controlasse o seu desequilíbrio emocional e tivesse outra atitude com mais carácter, porque sempre me ensinaram que é má educação e feio falar de assuntos pessoais de terceiros em público, a c.f. consiga convencer alguem a jantar consigo.
Mais uma vez peço desculpa ás pessoas que não têm nada a ver com isto e ignorem a dita. Já dizia o meu avô: "Não discutas com um idiota. Ele arrasta-te ao nível dele e depois ganha-te em experiência."
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Um preço justo
Quando faço a mesma pergunta a mim mesmo não respondo nada, mas vem-me uma imagem á cabeça e chega. Uma imagem de mim na água morna. Com os olhos ao nível da água. A ver as enormes gotas cairem na superficie lisa do mar e dividirem-se em mil e um novos salpicos. E ver a debandada. A multidam colorida e barulhenta a fugir. Como um estoiro de uma manada assustada.
Desde que nascemos que nos inoculam o medo no sangue.E assim nos controlam até á sepultura. Desde que nascemos que já os nossos pais se encarregam de traçar o caminho que julgam melhor para nós. E para quem é obdiente a vida parece confortável e fácil. Á partida não há que lidar com grandes surpresas.
Eu gosto de surpresas, do inesperado, de me meter num autocarro sem saber o destino. Os que não admitem o acaso e vivem numa ânsia absurda de controlo de si próprios e dos outros, do céu e das estrelas, não são livres e optam por uma segurança que ainda por cima, é ilusória.
"Guardar uma coisa não é esconde-la ou trancá-la. Em cofre não se guarda coisa alguma. Em cofre perde-se a coisa à vista. Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser iluminado. Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro do que pássaros sem vôos."
António Cicero
Não quero guardar a minha vida num cofre, mas quero guardar o meu mergulho no mar. E as saudades?
As saudades?
Um preço justo.