quarta-feira, 31 de outubro de 2007

E depois os homens é que são uns grandes ordinários!

Isto não se faz!

Mal nos cumprimentámos com um normal aperto de mão, já um alerta disparava no meu cérebro! Simpática, a Dra do Banco de Voluntariado , indica-me um pequeno gabinete. Convida-me a sentar o que faço ao mesmo tempo a que a Dra do outro lado da secretária. Coloca uma folha na mesa com os meus dados e vai passando os olhos. Aceno afirmativamente ás suas perguntas confirmando os meus dados. Olho a dra nos olhos e rápidamente para a folha enquanto contorço os pés entrelaçados nas pernas, até ao desconforto. Da folha volto a olhar para o rosto da Dra com o cuidado de não passar com o olhar por mais nada. Mas não é nada fácil! É imensamente incómodo e desconcertante. Um atentádo ao pudor! E o pobre do gabinente nem um quadrozinho para olhar de vez em quando. Só eu, as paredes nuas, a mesa, a folha em cima da mesa e... a Dra com o seu generoso decote a evidenciar uns seios fartos!! Ora bolas!!! Não se faz! Ainda para mais baixinha, e o decote malvadamente debruçado na folha com os meus dados, ali, onde tinha o meu nome escrito! Então mas vou olhar para onde??? A Dra até que tinha uns olhos bonitos, mas não acho bem estar a olhar uma pessoa que mal conheço fixamente nos olhos! E as paredes não tinham nada! Não ia ficar a conversar com a Dra com a cara virada para o lado a olhar fixamente uma parede branca!! Ás tantas só me apetecia dizer: Mas que lindos marmelos têm a xôtora! Aposto que dão uma bela marmelada, ah?! Ui!!!Tenha cuidado que ainda lhe saltam cá para fora e fogem! E o que mais me irrita é a certa da conversa posterior com as colegas, em como eu não tirei os olhos do seu decote! Que os homens são todos uns ordinários e só pensam em saltar-lhe para as mamas!!! Oh, xôtora, então eu entro em casa e dou de caras com a Eva Longória na minha cama. Quer que lhe diga o quê? Como é que entrou aqui? Tá deitada porquê? É má disposição? Qualquer coisa que comeu? Vai um copinho de água? Quer que eu saia para ficar mais à vontade?



E digo-lhe mais, xôtora, nem gosto delas avantajadas, sempre gostei delas pequeninas e bem feitinhas!!!



Não quero com isto dizer que ache mal um decote numa mulher, pelo contrário, acho bonito e sensual, tal como tudo que realce o feminino de cada mulher, mas gosto acima de tudo de elegância e bom gosto!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

e como se não bastasse, esqueci-me de pôr sal no arroz....


...começo a acreditar sériamente que descendo de algum Murphy qualquer....


Ainda bem que não pus a roupa a secar, era chuva na certa...ou algum vendaval...já para não falar nos pombos...

Juro que parecia um hipopótamo!!!

Eu tinha um presentimento que mais tarde ou mais cedo isto havia de me acontecer. Só não sabia se sobreviveria...

Como préviamente combinado, encontrámo-nos pela manhã. O Dr. estava atrasado pelo que apressadamente me deu as chaves do mercedes S320, que cuidasse bem dele e arrancou. Já a pensar na cara de espanto do Dr. ao ver o resultado do meu trabalho, abri o pequeno portão da moradia e dirigi-me ao S320. Ao calcorriar os 30 metros que me separavam do dito, oiço um som que me petreficou...tento manter a calma e apresso o paço para o automóvel. O som também se apressa. Gela-me o sangue!!! E corro a toda a velocidade para o S320, entro e fecho a porta aterrorizado!! O coração quase que me salta boca fora.....e ele? Não o vejo...levanto-me devagar e espreito pelo vidro lateral da janela....nada! Olho para a outra janela......nada! Não pode ser! Será que foi imaginação minha?! Impossivel! Aquele "tic tic tic tic" é inconfundível!

O coração acalma, a respiração estabiliza.... respiro fundo. Ainda não foi desta. Olho com cautela pelo vidro da janela e não vejo nada. Preparo-me para abrir a porta do carro e sair, no preciso momento que agarro o puxador da porta vejo um vulto a passar no espelho retrovisor que me arrepia até á medula!!! É real!!! Ele tá ali!!! E é enorme!! Olho pelo outro lado e fico em estado de choque!!! É enorme! Quase do tamanho de um hipopótamo!!! E os olhos? Negros, sem alma! Desesperados á minha procura!!! Gélooo!!!!!! Nunca vi tamanho rottweiler...

Calma! Calma! E agora...telemóvel...f***-se! Ficou no meu carro! Apito, mas com ninguém em casa só serve para me stressar mais a mim e ao canideo! Que fazer?! Que fazer?!Pensa! Pensa! Tu és inteligente! AH! Os catalogos do Dr.! Rasgo uma página, abro o vidro e lanço uma bola de papel! O raio do cão nem se mexeu! Palerma! Outra bola de papel. Nada!!! Maldito cão! Vai-te embora!!!! Desesperado arranco com o carro, faço marcha atrás, o canideo persegue-me (tenho o cuidado de não o atropelar). Paro na máxima distancia do carro ao portão que me é possivel. O cão fica a meu lado e tal como num despique num qualquer semáforo, arranco com o carro a toda a velocidade em direcção ao pequeno portão. Paro. Saio o mais rápido possivel e atravesso o portão. Dirijo-me ao meu carro a correr e bato com o nariz na porta trancada!!! Quando oiço o chiar do pequeno portão a abrir! No calor do pânico bati com ele com tanta força que fechou e abriu!!! E olho aterrorizado para a fera a sair cá para fora!!!!

As chaves!!!As chaves!!! Pânico! Pânico! Ficaram no mercedes!!!!!!!!!!!!!!!
Estou morto!!! Devorado! Mas o estupor fica parado no meio da rua a olhar para mim....nisto aparecem duas senhoras....DEUS!!! O cão vai desfaze-las!!!!!!! Preciso fazer alguma coisa!! Grito-lhes para pararem que está um cão solto! Elas param, petrificadas e dizem para eu fazer alguma coisa! Segurar o cão! Grito que o cão não é meu!!!! Elas gritão também!!! O cão fixas e aproxima-se! Saio de trás do meu carro e grito para o cão qual forcado para o toiro!! O cão volta-se para trás e eu desato a correr rua abaixo em total desespero!!!!! Salto uma pequena vedação da casa contígua á vivenda do Dr. e dou de caras.......não, mas podia ser, era azar de mais! E agora é que me dou conta que podia ser bem o meu fim, se naquela casa também morassem canideos assassinos!! Mas não! Dou de caras com o Sr. da casa, que atraido pelos gritos, veio ver o que se estava a passar na rua. Quando vê o cão, sai para a rua calmamente, afaga a cabeçorra do bicho e diz: --então Matilde? A assustar os senhores? Sua malandra!- E calmamente a leva até à vivenda do Dr., fechando o portão em seguida. Com um grande sorriso, voltando-se para mim, diz-me para não ter medo que a doce Matilde é velhota...quase surda.... muda... e não faz mal a uma mosca....

e pronto! Foi o início de uma bela amizade entre mim e a doce Matilde. E com a certeza minha de que não volto a entrar numa moradia sem uma salchicha a tira-cólo, ou uma cadela com grande sex appeal !

um verdadeiro dia de cão!

domingo, 28 de outubro de 2007

My Paradise










por isto e por muito mais, decidi ficar.
fotos by LP

sábado, 27 de outubro de 2007

E se os objectos falassem?

Bom Fim De Semana!
,............................., e não se esqueçam de RIR!













Recebido por e-mail!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Para mim serás o Finfas


Ainda estou em estado de choque...sou contra a violência , mas se este verme que se diz artista, um tal de guillermo habacuc vargas , me aparecesse à frente eu juro que lhe batia com toda a força.


Deixar um pobre animal morrer á fome e sede, como peça de arte numa exposição e ainda por cima escrever com comida de cão, na parede onde o pobre animal definhava, esta frase:"tu és aquilo que lês"... é de uma atrocidade que me agonia e revolta as entranhas.




Já agora apelo a toda a gente que tenha o mínimo apreço pela vida em geral, que assine esta petição on-line, para que o tal verme (até um verme é mais digno), deixe de cometer estes crimes em nome da arte.




Só gostava que me respondesse a uma simples pergunta, porquê é quê escolheu um pobre cão, indefeso e fraco e não ele próprio???

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

PGR

Isto de ser Procurador-Geral-da República, não deve ser pêra doce! E depois as escutas e o sis....
Ora tomei a liberdade de simular um dia do sr Pinto. Espero que ele não leve a mal, e quem sabe talvez o ajude a descontrair. Mas é claro que ele vai ler isto!!! Claro que vai! Basta ter as letrinhas PGR e já está! Ainda demora um cadito que aquilo não é o 24Horas nem têm o Jack Bauer! E depois é sempre serviço público, uma chatice! Então aqui vai:

Logo pela manhã. Ler a correspondência.

--"é a sua última oportunidade! Não ouse resistir! Deposite a quantia acima indicada na conta 123456789!"
Sr Pinto (exasperido)-- Caí nas garras de uma organização maquiavélica!! Um poderoso sindicato do crime! Talvez a máfia cingalesa*
O que vale ao Sr Pinto é que os seus colaboradores já estão habituados.
Sr Bonifácio-- Oh Sr Pinto! Se tivesse lido a carta com mais atenção...teria percebido que se trata de um prospecto de vendas postais propondo-lhe a aquisição de um utilíssimo martelo telescópico!
Sr Pinto-- Ah, bom...Ainda pensei que fosse o bando de facínoras que ontem ma cercou e fez ameaças!
Sr Bonifácio--Sr Pinto, já lhe expliquei que eram miúdos que vieram buscar uma bola que tinha caido no jardim!
Sr Pinto-- E aquele indivíduo sinistro, com uma moto suspeita que andou aqui a rondar a rua ao princípio da noite? Com um embrulho suspeito debaixo do braço?
Sr Bonifácio-- Orá...era o rapaz das pizzas, que o pessoal da secção anti-escutas costuma chamar.
Sr Pinto-- Então e o que me diz aos graffitis com ameaças de morte codificadas, que surgiram durante a noite na minha vedação??
Sr Bonifácio-- Mas... Sr Pinto...aquilo são marcas dos ramos das árvores que foram podadas ontem pelo jardineiro...
Sr Pinto-- Ah sim? E já analisaram o líquido corrosivo que foi colocado no passeio, em frente á porta da minha casa na semana passada?
Sr Bonifácio-- ....úrina de cão...mais precisamente de um golden...igual ao seu...
Sr Pinto (muito nervoso) -- E os roncos Sr bonifácio? E os roncos!!! Medonhos! Que não consigo perceber de onde vêm! Tranco todas as portas e janelas, mas mesmo assim passo as noites aterrorizado!!!
Sr Bonifácio (exasperado)-- Sr Pinto.....uma equipe do departamento de cripto-acústica, do laboratório nacional de histeria social e psicologia de massas, instalou microfones em todas as divisões da casa....Sr Pinto...identificámos a "criatura" que produz os "roncos medonhos" que ouve durante a noite! São os seus próprios intestinos!!!
Sr Pinto (muito encabulado)--Como?!

*Da ilha de Ceilão

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Poder e sexo


Ora ai está! Sempre tive um palpite que poder e sexo (pleno de satisfação para ambos) não combinam muito bem. Ao ler pedaços de uma biografia de 2003 do fascista italiano Mussolini, confirmo esse palpite. O dito ditador consegui ter relações sexuais com uma mulher diferente quase todos os dias, durante 14 anos!!! Mais de cinco mil no total, até ao colapso do seu regime em julho de 1943.


No entanto, longe de ser um sucessor de Casanova, tinha tanta pressa em se aliviar (que termo feio para uma alusão a uma relação sexual, tudo menos relação...) sexualmente que raramente se incomodava a despir as calças... Do seu Alfa-Romeu vermelho, detectava as beldades na rua, mandava a polícia detê-las e investigá-las e, depois, chamava-as à sua presença, rasgava as roupas das mulheres e praticava com elas, em poucos segundos, sexo urgente e bruto. Uma mulher relatou a sua técnica sexual como consistindo em apertar os seios dela como se estes fossem «a borracha de uma buzina de automóvel». Depois de ejacular, lançava à mulher a sua roupa interior e raramente voltava a vê-la. Uma delas queixou-se de ter sido despachada sem a mais pequena oferta de «um café, um licor ou mesmo uma fatia de bolo»!


Ó caro Mussolini, nem um bolinho????mas que deselegância!!!
foto by LP (não não, não há magnum)

domingo, 21 de outubro de 2007

Há se eu soubesse!!!


É trágico!

Horas preciosas de juventude dispendidas a resolver equações de terceiro grau. Desperdicei os melhores anos da minha vida a assimilar conhecimentos inúteis que esqueci num ápice! Anos penosos de escolariedade a decorar os apiedeiros da linha férrea da beira baixa e os rudimentos do aparelho digestivo do pombo...Hobbies de uma moral e ética elevadas, como ter sido vice campeão distrital de berlinde no escalão sub-10 ou ter ganho em dois anos consecutivos duas menções honrosas em concursos de construções na areia. E agora é que me dizem???

Anos de trabalho duro que me valeram dores horriveis nos rins! Intoxicações e olhos vermelhos derivados de gases tóxicos de tantas embalagens de detergentes abertas com os dentes. Mais valia ter tido lições de flamengo, aptidão bastante apreciada em eventos sociais...e mantém as articulações desenferrujadas...mas como podia eu saber??? E agora é vê-lo por todo o lado!! Nos tops, nas revistas, nos programas matináis (que vejo em detrimento de novas gentes de 2006 para trás, no consultório do dentista) e até já há um filme!!! E pronto, tenho nas mãos o segredo que uma amiga muito entusiasmada me emprestou e me garantiu que este livro vai mudar a minha vida! Há se eu soubesse!!!

mas estive a pensar e não vou ler o livro, é que até gosto da minha vidinha simples e de dar passeios na praia em pleno inverno. E depois ia puder fazer tudo aquilo que desejo....é melhor nem pensar nisso! Se já me vejo e desejo para me decidir comprar qual a melhor pasta dentífrica, quanto mais escolher o que posso ser e fazer....
foto by LP (se alguém adivinhar onde tirei esta foto ganha um magnum 5 sentidos)

sábado, 20 de outubro de 2007

Berardo no CCB











Pouco percebo de arte, mas gosto.
Fui ver a colecção Berardo. Gostei, mas se não fosse a Paula Rego quase que saia indiferente.

queimado


Ando por Lisboa, e o que mais sinto é o cheiro. A queimado. Como se toda a gente estivesse continuamente a travar. A travar-se de dizer e de fazer as coisas que verdadeiramente vão na alma.

foto by LP

Sim, gostei

Nem queria acreditar, mas ali á altura dos meus olhos lá estavas. Entre tantos, como que a chamar por mim. Tive que tocar para ter a certeza, que tinha a certeza. Que eras tu. Mexi sem pedir por favor. E sem pensar já te tinha em minha casa. Ainda não sei se foste tu que te abriste ou fui eu que te folhe-ei. E qual osmose senti-te, numa fracção de segundo a descobrir-me a mim um pouco mais. E agora escrevo estas palavras já antes por ti escritas:" Um deste dias apareço-te aí, de surpresa. Mas não de madrugada, a chorar. Boa sorte para o lançamento do teu (novo) livro, um grande beijo, "

Gostei

A foto está linda, é pena o cabelo não deixar ver o que tens de mais bonito :-)

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Pilobolus


Imperdível!
Coliseu dos recreios, Lisboa dia 23

"Oh mãe!!!Está um estranho na minha toalha!!!"

Já lá vão uns três anos e ainda hoje, ao acordar, tenho o impulso de esticar o braço à mesinha de cabeceira, para apanhar os óculos. E para minha agradável surpresa, estes já lá não estão. Graças à cirurgia de correcção de miopia.
Comecei a partir óculos logo nos primeiros dias de uso. Era uma desgraça e o meu pai já ponderava seriamente emigrar para suportar tamanha despesa! Se não os partia no recreio da escola, era na minha rua a jogar à bola, ou em casa à porrada com o meu irmão mais velho por este me chamar de caixa d'óculos ou quatro olhos, ou no quintal a subir ás árvores, ou melhor dizendo, caindo destas abaixo... E como se não bastasse era o guarda-redes de futebol da turma! Consegui convencer os meus colegas, dizendo-lhes que os outros meninos nunca iriam chutar contra um puto de óculos. Ora, a realidade não é bem assim, e toda a gente sabe o quanto uma criança pode ser cruel. E lá estava eu de óculos postos, tal alvo perfeito! E o certo é que resultava...como alvo! era tão bom como alvo que era rara bola que entrasse na baliza. Todas me acertavam até que uma mais certeira me acertava em cheio nos óculos e vazava uma vista que depois tinha que ir procurar para reimplantar...ok ok ignorem esta parte.
Mas para mim o pior era ir à praia. Só um míope quem usa ou usou óculos é que sabe do que falo. Ora imaginem, depois de um bom jogo de volei de praia (sem partir os óculos) com os corpos suados e cheios de areia, a malta sai disparada em corrida para dar um mergulho no mar. Eu saia disparado na direcção contrária para deixar os óculos na toalha. E quando chegava à água já não sabia dos meus amigos e tinha que esperar que alguém levantasse o braço para eu os localizar. E lá ia eu a nadar em direcção do primeiro braço no ar.- Então malta, a água tá mesmo boa!- E punham-se todos a olhar para mim. E eu zás!Para cima de um e toma lá água e tal e...quase que sou afogado por me estar a meter com completos desconhecidos....os meus amigos estavam um tanto mais ao lado...
Mas pior que isto era ao sair da água, descobrir onde é que estava a minha toalha no meio do maranhal de chapéus de todas as cores que para um míope, não passam de um gigantesco borram indestinto! E não várias vezes acordei na toalha ao som de um histérico: "OOOHHH MÃE!!! ESTÁ UM ESTRANHO NA MINHA TOALHA!!!", quando não era: "TENS UM SEGUNDO PARA TE PORES A MILHAS OU VAIS NÚ PARA CASA!!!"

E pronto, podia continuar aqui a contar um rol de histórias intermináveis da odisseia de um jovem de óculos e como este os partia das maneiras mais incríveis. Isto só para vos dizer que se tiverem oportunidade de corrigir alguma coisa em vocês que vos vá melhor a vida, não hesitem! Eu ao livrar-me dos óculos, a primeira coisa que fiz foi vender a minha empresa de cosmética automóvel, tirar um curso de Nadador-Salvador e fui trabalhar para a praia rodeado de belos bikinis e fios dentais (bem mais agradáveis que os referidos no post anterior). Algo impensável à uns anos atrás para um jovem míope!

Ps: este post foi inspirado na troca de cometários com a "anónima" do post anterior. Desde já os meus agradecimentos.

domingo, 14 de outubro de 2007

Uma luz


Lá longe, o passar das carruagens nas juntas metálicas, dá-me as horas certas.
Não dormi.
Toda a noite soou o silvo do vento e eu ouvi nele o uivo da minha vida.
Amanheci assombrando a casa trespassada pela luz fria das pressianas semi-abertas. Dou voltas e voltas até me esquecer de mim e sento-me em frente da grande janela que atrai a fuga do meu olhar. Constato que só me encontro comigo quando encontro os olhos daqueles que representaram comigo os múltiplos da minha multiplicidade.
Ao longo do tempo, cada um de mim foi muitos e o que mais custa agora é ter de ser apenas eu. Invento diálogos e monólogos para me dar a ilusão de muitos, mas depois já não sei quem sou.
E digo tanto o amor que fico prisioneiro. E aprendo então que não consigo coinsidir comigo. E que na sua fuga imortal, deixa um lugar vazio e ai sei que, o olhar não têm regresso. Que ninguém me responde, nem me defende, nem me persegue.

Hoje, o vento anunciou uma luz mais pura do que a minha solidão. Eu olhei-a e não sei dizer se ela pertence à noite, se ela pertence ao dia. Mas sei que, um dia, essa luz, será parte de mim.

foto by LP

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Fio dental

Rendo-me ao fio dental.

Apartir de agora somos inseparaveis. Para onde eu for, ele vai comigo. E nunca mais gozo com as caretas que alguém faz ao usar o fio dental. Nunca mais! Bastaram trinta minutos para me convencerem. Cuspi sangue. Engasguei-me. Finquei as unhas na carne. Tive reflexos involuntários. E só não chamei nomes ao dentista, porque tinha uma broca dentro da minha boca! E nem o mister Bean fez qualquer efeito anesteseante (óh sr Dr. veja lá se adquir o canal vénus, que é capaz de fazer mais efeito!). E como se já não bastasse a tortura ainda nos vão ao bolso!(óh sr Dr. a cobrar 65 euros por uma simple limpeza ...já dava para paga o canal vénus!)

Ps: Estou curioso em saber quantos dias vou aguentar a fazer caretas em frente ao espelho...

Ela


Ela era a menina que vem e que passa no meu caminho para o mar.
Ela era a luz do verão, dos dias de sol, do brilho do mar.
Ela era o calor das noites frias de inverno.
Deixava-me um perfume de pele macia com cheiro a maresia.
Um sabor doce a sal nos lábios quando me beijava.
Um reflexo nos olhos, dos reflexos da luz da lua sobre o mar.
Ela era a menina dos modelitos giros. Dos sorrisos fáceis. Das palavras que beijam como se tivessem boca.
Ela era a menina dos cabelos que se colavam à boca. E dos vestidos arrancados na urgência do amor.
Ela estava na idade em que as mulheres são perfeitas. Em que os defeitos são apenas características que brilham com luz própria.
Ela sentava-se na linha da maré como uma sereia frágil e dependente. Dizia que nunca poderia habitar longe do mar. E o mar manso dormia baixinho.
Mas ele sabia, ou talvez só pressentisse, porque eram ambos demasiado novos para saber.
Ele pressentia que ela ia deixar uma marca, que as semanas iriam depois pesar como se tivessem sido anos.
E tanto fica por dizer.
Tens a tua família, a tua música, os teus modelitos coloridos.
Eu ainda tenho as ondas de Setembro, e as paisagens do mundo pela frente, que vou abraçando sem respirar para trás.

Foto by LP

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

O sal








Tenho sal por debaixo da pele.
Espaço aberto de horizontes luminosos na pele salgada.
E ela que não lhe importa se ele sabe amar ou não, porque ele sabe a mar.
E as fantasias levantam voo quando ele recorda a boca dela a beber da sua pele e então a saliva dela desce a garganta com um tempero vital e livre.
A saliva que lhe desce pela garganta traz sal.

Quando deixo o sal no corpo, sinto-me antigo e mediterrânico.
E ela recolhe o melhor
Recolhe o sal á flor da pele.


foto by LP


segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Este blogue está doente








Podem pensar que estou maluco - aliás, o mais natural é pensarem que estou maluco - ,mas a verdade é que não estou maluco. Ou melhor, penso que não estou, porque o facto de eu estar ou não maluco, não depende de mim, mas de um parecer técnico de um especialista na matéria.

Como se já não bastasse começarem a ser consideradas doença, toda e qualquer tara com seus especialistas e medicamentos próprios, um ser humano já não pode ser pura e simplesmente, desafinado, palerma, lélé da cúca, tarado (e há taras tão boas como por marmelos ou rosquilhas de manteiga, as do lidle são mesmo boas!), sem que isso corresponda logo a uma deficiência do forum genético, cromossomático, degenerativo ou psicológico.


Por exemplo: Se alguém come muito, sofre de bulimia; Se alguém come pouco, sofre de anorexia. E vim agora a saber pelos jornais, que uma pessoa que só come comida saudavel, tem uma ortorexia!

Vou já ao tasco mais próximo empaturrar-me com sandes de couratos presunto e chouriço, não vá apanhar uma ortorexia! Mas seja como for, amanhã vou ao médico. E vou na certeza que alguma coisa hei-de ter. Uma doença qualquer, um mal remoto, ou uma neurose e o medicamento certo nas enormes prateleiras de uma farmacia qualquer!


PS: este blogue está maluco!!!deixa espaços enormes onde eles na verdade não existem!

sábado, 6 de outubro de 2007

No reino mágico



















"COMICOPERA
é o mais belo dos discos, cantado pela mais triste das vozes."

É assim que começa a entrevista que Robert wyatt deu ao expresso desta semana. Diria antes uma longa conversa, onde Robert aborda varios tópicos essenciais da sua vida e carreira. Um deles toca-nos.

Portugal acabou por se revelar um local especial na vida de Robert Wyatt. Em 1992 o mini-álbum "A short Break" inclue uma série de fotografias do nosso país no início dos anos 50 e uma frase de Robert :«Some forty years ago, i was taken on holiday to another atlantic coast, to Portugal, and discovered that there are different ways of behaving»


« As crianças andavam descalças, as raparigas eram ipossivelmente exóticas, os meus pais deixavam-me ficar acordado até tarde porque todas as crianças portuguesas ficavam acordadas até tarde e podiam beber vinho misturado com água. Brinquei com um rapazinho chamado Rudolfo que era tão bonito que se eu tivesse ficado mais tempo ter-me ia tornado homossexual. Foi íncrivel ver esta gente, que era muito mais pobre que nós, ter uma vida maravilhosa na pobreza. Um melão custava um escudo. As pessoas carregavam na cabeça grandes blocos de gelo, com um passo muito digno. Fiquei com vergonha de ter sapatos e tentei andar descalço, mas o chão estava cheio de escarros e a minha mãe obrigou-me a calçá-los. Lembro-me de coisas muito simples, como dormir na praia, com um cobertor e ver as estrelas.Para um rapazinho que vivia num subúrbio de Londres, com brumas e nevoeiros, era como um reino mágico. Isto é incrivelmente romântico, mas eu não percebia nada de pobreza ou de opressão (Portugal ainda era um país fascista), eu apenas via a beleza das pessoas e os diferentes modos de vida, mas não compreendia o que é que isso tinha a ver comigo, como é que eu podia ser parte de algo tão belo como aquilo.»


Incrível! Não há dúvida que a beleza está nos olhos de quem vê...


sexta-feira, 5 de outubro de 2007

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Vai um assalto?

Ao terceiro assalto à mão armada, mudo de canal onde um ourives desabafa que é o quinquagésimo assalto só este ano...resta-me a dois!

mas ninguém faz nada???

Parece que sim! Diz que é uma espécie de revisão do código penal...

As cartas

























Abri uma gaveta cheia de emoções. Esquecida na minha memória recente, mas ainda viva sobre as camadas e camadas de recordações que se vão acumulando ao longo dos anos. Uma gaveta que não abria há anos, e que por força de umas obras de remodelação da casa da aldeia, onde vivi grande parte da minha adolescência, teve que ser evacuada. Cada objecto tem uma história, um cheiro, mil imagens de sorrisos e tristezas, caras, nomes, sabores ...um carrocel de emoções. Os berlindes, os cromos, as peças de lego, os postais, calendários de miudas semi-nuas, moedas antigas, velhos recortes de folhas de cadernos, com rabiscos quase indecifráveis, com mensagens da mais vital importancia! E lá ao fundo as cartas...um monte de cartas..


Olá espero que ao receberes esta carta te encontres de óptima saude(...)meço 1,55m e peso 47 quilos, não sei se sou pequena ou grande, magra ou gorda, mas os meus colegas costumam-me chamar de "pequerrucha" e coisas desse genero que me irritam!

Olá amigo Luís!Tudo bem?Os meus grupos preferidos são, sputuik, samantha fox, madona e por ai fora(...)eu faço de autocolantes se tiveres manda.

(...)O meu pai anda na frança, a minha mãe é domestica, e a tua?

(...)na tua próxima carta gostava de saber mais de ti, como a tua idade, o teu fisico, ou o teu caracter(...)sou uma rapariga toda divertida,gozo muito, ás vezes até demais.Faço 12 anos do dia 2 de agosto,tenho os olhos castanhos,os meus cabelos são acastanhados, sou bem feita e todos os meus colegas de turma me acham atraente.

(...)tenho um gato que se chama Bolinhas e um cão chamado Bobi.Não conheço ninguém com um cão para te dar. A minha vizinha tem uma cadela e quando tem caezinhos pequenos, mataos.Agora não tem nenhum.Eu agora não sei nenhuma história para te contar.

Momentos mágicos e deliciosos. Entrei numa autêntica máquina do tempo. Estas cartas têem a data de 1987...20 anos...por instantes voltei a ser menino. Onde o tempo era longo e preguiçoso. Onde as preocupações eram chutadas com a bola de futebol. Os livros eram de cowboys e a maior emoção era conseguir um beijo de lábios á tal rapariga, mesmo que fosse só no jogo verdade ou consequência...






fotos by LP

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

NY


€1= $1,46

Alguém quer ir a NY?