sexta-feira, 12 de outubro de 2007
Ela
Ela era a menina que vem e que passa no meu caminho para o mar.
Ela era a luz do verão, dos dias de sol, do brilho do mar.
Ela era o calor das noites frias de inverno.
Deixava-me um perfume de pele macia com cheiro a maresia.
Um sabor doce a sal nos lábios quando me beijava.
Um reflexo nos olhos, dos reflexos da luz da lua sobre o mar.
Ela era a menina dos modelitos giros. Dos sorrisos fáceis. Das palavras que beijam como se tivessem boca.
Ela era a menina dos cabelos que se colavam à boca. E dos vestidos arrancados na urgência do amor.
Ela estava na idade em que as mulheres são perfeitas. Em que os defeitos são apenas características que brilham com luz própria.
Ela sentava-se na linha da maré como uma sereia frágil e dependente. Dizia que nunca poderia habitar longe do mar. E o mar manso dormia baixinho.
Mas ele sabia, ou talvez só pressentisse, porque eram ambos demasiado novos para saber.
Ele pressentia que ela ia deixar uma marca, que as semanas iriam depois pesar como se tivessem sido anos.
E tanto fica por dizer.
Tens a tua família, a tua música, os teus modelitos coloridos.
Eu ainda tenho as ondas de Setembro, e as paisagens do mundo pela frente, que vou abraçando sem respirar para trás.
Foto by LP
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Um comentário:
Afinal não é só o teu humor que é de excelência. Este texto está muito bonito, terno. Gosto muito. É possivel viver sem respirar para trás? Eu não consigo!
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